Oscar Niemeyer é homenageado pelo mundo, mas chamado de ‘idiota’ pela Veja
Postado em: 6 dez 2012 às 10:36
O mundo se rende a genialidade de Oscar Niemeyer enquanto o blogueiro e jornalista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, publica que ele era “meio idiota”
Redação, Pragmatismo Politico
“O universo curvo de um revolucionário”, publicou o diário Gramna, de Cuba. No espanhol El País, “Morre Niemeyer, o poeta das curvas”. O britânico The Guardian expôs a trajetória do arquiteto brasileiro em reportagem especial, destacando que sua exploração das formas livres foi maior até que a de seu mestre, o suíço Le Corbusier.
O francês “Le Monde” descreve Oscar Niemeyer como um dos pais da arquitetura moderna, que construiu, entre tantas grandes obras, a sede do Partido Comunista francês, na place du Colonel Fabien, em Paris.
O obituário do “New York Times” afirma que Niemeyer capturou a atenção de gerações de arquitetos. ‘Suas formas curváceas, líricas, hedonistas ajudaram a dar forma a uma arquitetura nacional distinta e a uma moderna identidade para o Brasil, que quebrou com seu passado colonial e barroco’, diz o texto.
O jornal argentino “Clarín” afirma que Niemeyer foi ‘um homem que sempre se deixou levar por suas ideias e suas convicções, um criador que havia tempo já tinha assegurado seu lugar no mítico panteão dos maiores arquitetos da história da humanidade.
Outros veículos de comunicação de notoriedade global como a Rede CNN, a BBC e a Al Jazeera renderam homenagens ao homem que desenhou brasília.
A única grosseria contra Niemeyer partiu de um órgão de imprensa do Brasil. O saudoso arquiteto foi chamado de ‘meio idiota’ por Reinaldo Azevedo, jornalista de Veja, em razão de seus posicionamentos políticos. O blogueiro de Veja não conseguiu controlar sua paixão mesquinha nem mesmo no momento da perda de uma figura singular na história do Brasil, revelando intransigência e, por conseguinte, ele sim, ser o verdadeiro idiota.
Os insultos de Reinaldo Azevedo a Oscar Niemeyer causaram revolta na Web. Até seus próprios leitores repudiaram sua irracionalidade em momento inoportuno.
Dilma lamenta morte de Oscar Niemeyer
A presidenta Dilma Rousseff emitiu, nesta quinta-feira (5), nota em que lamenta a morte do arquiteto Oscar Niemeyer.
Íntegra da nota:
“A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem”, dizia Oscar Niemeyer, o grande brasileiro que perdemos hoje. E poucos sonharam tão intensamente e fizeram tantas coisas acontecer como ele.
A sua história não cabe nas pranchetas. Niemeyer foi um revolucionário, o mentor de uma nova arquitetura, bonita, lógica e, como ele mesmo definia, inventiva.
Da sinuosidade da curva, Niemeyer desenhou casas, palácios e cidades. Das injustiças do mundo, ele sonhou uma sociedade igualitária. “Minha posição diante do mundo é de invariável revolta”, dizia Niemeyer. Uma revolta que inspira a todos que o conheceram.
Carioca, Niemeyer foi, com Lúcio Costa, o autor intelectual de Brasília, a capital que mudou o eixo do Brasil para o interior. Nacionalista, tornou-se o mais cosmopolita dos brasileiros, com projetos presentes por todo o país, nos Estados Unidos, França, Alemanha, Argélia, Itália e Israel, entre outros países. Autodeclarado pessimista, era um símbolo da esperança.
O Brasil perdeu hoje um dos seus gênios. É dia de chorar sua morte. É dia de saudar sua vida.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Presidenta da República Federativa do Brasil
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